Portugal foi distinguido pela União Europeia com um prémio atribuído no dia 21 de Janeiro de 2009 à Administração Regional de Saúde do Alentejo, pelo seu Programa de Rastreio do Cancro do Colo do Útero. Esse Programa engloba todo o planeamento, organização e prática do Rastreio na Região do Alentejo, suportados na plataforma de Rastreios da First Solutions, o SiiMA® Rastreios.
Para além do orgulho de uma entidade portuguesa receber um prémio europeu desta importância, é igualmente uma honra para a First Solutions estar associada como parceira tecnológica da ARS Alentejo neste projecto.
A Plataforma MultiRastreios da First é líder em Portugal. Contempla todo o circuito funcional envolvido no registo e acompanhamento do utente em todas as fases do processo, desde a convocatória para o exame até ao tratamento, tendo sido concebido para a realização de rastreios do tipo populacional, podendo de igual forma, ser utilizado em rastreios do tipo oportunista.
A Plataforma de Rastreios da First está em fase de implementação na Região Norte para suporte ao Rastreio do Cancro do Colo do Útero, na Região de Lisboa e Vale do Tejo para suporte ao Rastreio da Retinopatia Diabética e do Cancro do Colo do Útero e na Região Centro para suporte ao Rastreio do Cancro do Cólon e Recto, sendo este último alargado a todo o País após o decurso da fase piloto que engloba, neste momento, 31 Centros de Saúde da ARS Centro.
É com base na implementação destes Programas de Rastreios de âmbito Nacional, sustentados por Plataformas Tecnológicas da First Solutions, que se procede à divulgação da seguinte notícia, publicada pela Agência Lusa.
Portugal foi hoje distinguido em Bruxelas pela Associação Europeia Contra o Cancro do Colo do Útero pelo trabalho desenvolvido na prevenção desta doença, tendo o Alentejo recebido um prémio pelo rastreio em curso na região.
A distinção e o prémio a Portugal, através do programa de rastreio, de base populacional, implementado pela Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARS Alentejo), surgiram na cimeira da Associação Europeia Contra o Cancro do Colo do Útero (ECCA), que decorre em Bruxelas, no Parlamento Europeu, no âmbito da III Semana de Prevenção da doença.
"A ECCA considerou que Portugal tem sido exemplar nos três níveis de prevenção, não só com uma excelente campanha de sensibilização, mas também atacando na prevenção primária, com a vacina, e na secundária, com o rastreio", explicou à agência Lusa fonte do Ministério da Saúde.
Na cimeira, acrescentou a mesma fonte, foi destacado o "tempo recorde" em que a vacina contra aquela doença, que mata uma mulher por dia em Portugal, foi incluída no Plano Nacional de Vacinação.
Quanto ao rastreio no Alentejo, em curso desde o início de 2008, recebeu um prémio da ECCA por ter sido considerado "o modelo mais fidedigno, que deve ser adoptado no resto de Portugal, assim como noutros países da Europa", disse a fonte do Ministério da Saúde.
Contactada pela Lusa, a presidente da ARS Alentejo, Rosa Matos, congratulou-se por este reconhecimento europeu, adiantando que o rastreio na região já abrangeu, num ano, cerca de 20 mil das 110 mil mulheres alentejanas entre os 30 e os 65 anos, tendo sido realizadas 17.400 citologias.
"Este é o único rastreio em Portugal que tem uma base populacional organizada, ou seja, queremos chamar, no período de três anos, todas as mulheres da região entre aquelas faixas etárias", disse.
Segundo Rosa Matos, em 300 das 20 mil mulheres rastreadas foram detectadas lesões, as quais foram tratadas, sendo que "nove desses casos" já eram "situações cancerígenas".
"O rastreio permitiu detectar 300 lesões, em estádios diferentes de evolução. Mas conseguimos tratar as mulheres e evitar casos mais graves, como a morte", sublinhou.
Em Portugal surgem diariamente "perto de três novos casos de cancro do colo do útero", realçou a presidente da ARS Alentejo, justificando a importância de a doença ser detectada precocemente, para possibilitar o tratamento.
"Se conseguirmos detectar e tratar estas situações a tempo, conseguimos evitar a morte da mulher", assegurou, satisfeita pela campanha de sensibilização para a prevenção e o rastreio realizada na região: "Tem sido boa, mas temos de continuar porque não é fácil".
Para Rosa Matos, o prémio da ECCA é uma "vitória das mulheres alentejanas", sobretudo das "20 mil que já foram rastreadas".
"Elas é que devem estar orgulhosas porque é para as mulheres alentejanas que estamos a trabalhar", afirmou.
A fonte do Ministério da Saúde contactada pela Lusa explicou que está em curso o alargamento a todo o país do tipo de rastreio realizado no Alentejo.
"A região Centro tem, há vários anos, um rastreio que ainda não tem este nível de desenvolvimento técnico, mas vai ser adaptado, e o Norte arrancou em Dezembro com um rastreio-piloto, já alargado a mais centros de Saúde", disse, acrescentando que em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve estão "para arrancar" iniciativas do género.
O programa de rastreio do Alentejo envolve os 44 centros de Saúde e as três Unidades de Saúde Familiar da região, assim como o Departamento de Patologia (Anatomia Patológica) do Hospital do Espírito Santo de Évora (que analisa todas as amostras recolhidas) e as consultas de ginecologia dos Hospitais de Portalegre, Évora e Beja.
O rastreio, alinhado com as prioridades dos Planos Nacional e Regional de Saúde, tem como missão principal diminuir a incidência e mortalidade do cancro do colo do útero no Alentejo, promover o tratamento atempado, aumentar a sobrevivência das mulheres diagnosticadas com a doença e fazer o diagnóstico precoce a todas as mulheres assintomáticas.
RRL
Fonte: LUSA Agência de Notícias de Portugal, S.A.