16-01-2012
First em destaque no Diário de Notícias

?Jornalista: Sónia Simões

Diário de Notícias | edição de 16 de janeiro de 2012


First. Empresa está há dez anos a criar soluções inovadoras no sector da saúde para a gestão de áreas clínicas, telemedicina e rastreios





Os sistemas díspares em funcionamento nas unidades de Saúde em Portugal podem ter solução, ou melhor, soluções. Pelo menos é a isso a que se propõe a empresa First, nas mãos de um empresário que iniciou o seu percurso profissional no Ministério da Saúde. Investir em prevenção, através de rastreios, diminuição dos internamentos ou melhor gestão do orçamento são três das soluções tecnológicas que já permitiram ao Estado poupar milhares de euros.

Siima Rastreios, Hepic ou First Target são siglas para nomes pouco portugueses que, à partida, nada lhe diriam. Mas cada uma destas aplicações informáticas poderá poupar milhares de euros aos cofres do Estado e, por isso, ao contribuinte. Siima é o nome de um sistema de gestão de programas de rastreio. Foi o primeiro, ligado às administrações regionais de Saúde (ARS), a monitorizar rastreios do cancro do colo do útero, do cólon e reto, da retinopatia diabética e do cancro da mama. "A prevenção é fundamental e esta solução tem um verdadeiro papel social, porque salva vidas", diz ao DN o responsável pela empresa, sediada desde abril no quinto andar de uma torre envidraçada na Avenida da Boavista, no Porto. A aplicação Hepic permite aos hospitais controlar infeções. "Se diminuirmos em meio dia a média de internamento hospitalar, poupamos milhares de euros", admite o presidente do grupo, José Correia de Sousa. "Fomos nós que criámos o mercado e não temos concorrência!" A estas, o gestor soma uma aplicação mais recente, a First Target, para gerir o orçamento de cada unidade. "Numa altura de derrapagem orçamental, esta aplicação seria fundamental, porque o Ministério podia controlar ao dia, à semana ou ao mês os gastos de todos os hospitais do País", diz.

Além destas aplicações, um dos primeiros produtos (o Siima) da empresa , criada em 2001, permite gerir qualquer clínica das mais diversas áreas (são catorze, desde radiologia a pneumologia, por exemplo): desde clientes, à agenda, a faturação, os funcionários, a marcação de exames, tudo num só sistema. "Poupa-se tempo e possíveis erros". Mas há mais.

José Correia de Sousa ficou com a totalidade das ações da empresa em 2004 e, desde então, foi adquirindo outras empresas que agora integram o Grupo. A última foi no final de 2010 e tinha a ideia de um produto que a First conseguiu lançar há um mês: o serviço de call center para surdos. A ideia é que "a pessoa ligue de um telemóvel ou de uma empresa que tenha assinado o serviço, através de um videofone, e tem no outro lado uma pessoa que traduz em linguagem gestual". O produto é recente mas está já a ser procurado por outros países. Basta ser adaptado, como aliás foram todas as outras aplicações que a First comercializa a clientes não só portugueses mas também da Polónia, Brasil e Espanha. "Estamos também a tentar a internacionalização através de parcerias com multinacionais. É curioso perceber que em países mais desenvolvidos consideram os nossos produtos inovadores. E queremos fazer uma espécie de cluster para entrar na América do Sul."

No portfólio do Grupo destaque ainda para a componente de business intelligence e para os módulos de integração aplicacional - para articular as dezenas de sistemas diferentes que os hospitais e unidades de Saúde usam em Portugal. Um leque alargado de produtos que permite à empresa ter já 6 milhões de euros de capitais próprios e ter investido, em 2010, 15% do volume total de negócios em inovação.

O gestor tem um segredo, mas não teme partilhá-lo: é que de nada vale ter apenas uma boa ideia: "É preciso pô-la em prática, que ela dê dinheiro e que não seja apenas por um ano, mas de forma sustentável."