Por Domingos Zaparolli | Jornal Valor Económico de São Paulo de 12/04/2013
“O Hospital 9 de Julho, de São Paulo, faz mais de 1.500 internações mensais em seus 310 leitos. Por seu ambulatório passam 3.600 pacientes por mês. Em geral, são pessoas em situação de baixa imunidade e vulneráveis a ação de bactérias e outros micro-organismos. Impedir a contaminação desses pacientes é um de seus maiores desafios, a exemplo do que se repete nas instituições de atendimento à saúde no mundo. No Brasil, os hospitais são obrigados a formar uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Mas ainda são poucas as instituições que contam com sistemas de gestão automatizados capazes de gerar informações em tempo real, e permitir aos médicos e enfermeiros uma reação imediata aos riscos de infecção, como o implementado no 9 de Julho em 2011.
Regina Tranchesi, diretora técnica da instituição, relata que um software - o Hepic, da desenvolvedora portuguesa First - conecta a CCIH e a área de enfermaria e de farmácia do hospital ao laboratório de análises clínicas. O hospital informa ao laboratório o grupo de bactérias que quer controlar. Quando uma bactéria é detectada, um alerta é enviado imediatamente, contendo os procedimentos que devem ser adotados pela enfermaria. A conexão com a farmácia permite saber quais medicamentos estão sendo utilizados e se as doses estão adequadas. "Hoje a informação chega rapidamente onde o paciente está, permitindo uma intervenção imediata", diz.
No sistema antigo utilizado no 9 de Julho, todo o fluxo e controle de informações era feito de forma manual, por meio de relatórios impressos. A resposta ao ataque bacteriano podia levar horas.
Não há estatísticas oficiais sobre infecção em estabelecimentos de atendimento de saúde no país. Algumas estimativas apontam que entre 14% e 19% dos pacientes sejam afetados. Num universo de aproximadamente 7 mil hospitais no país, menos de 5% contam com tecnologias de apoio.”
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